Byron foi morar em Trinity College Cambridge, em Outubro de 1805.

Pela Primeira vez na sua vida, se achava rico. O "Chancelier" tinha permitido que retirasse dos seus rendimentos uma soma anual de quinhentas libras, uma das mais belas pensões da academia.  - "Vou poder ter um cavalo, um criado e sinto-me tão independente como um príncipe alemão que cunha o seu próprio dinheiro, ou um chefe indiano que não cunha dinheiro algum, mas goza do mais precioso dos bens - a Liberdade.

Falo com tanto arrebatamento à respeito dessa deusa, porque a minha amável Mamãe era tão despótica...

Ficarei completamente livre dela, e , como desde muito tempo despedaçou e pisou todos os laços de afeição que nos poderiam unir, estou seriamente disposto a nunca mais procurá-la e a romper todas as relações amistosas com ela.

Devo fazê-lo por mim mesmo, para minha própria felicidade e pelos meus parentes mais próximos, que foram vergonhosamente difamados por aquela Tisiphone".

O tom era duro, mas a infância de Byron não tinha sio senão uma longa briga, em que sua mãe que tinha mau gênio, gritava expondo os seus sentimento os mais violentos.

Ninguém a tinha ensinado a ser discreta e delicada.


André Maurois, no livro "Byron".
(Editora Guanabara, 1ª Edição [1935]